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domingo, 20 de março de 2016

Literatura

Notícia fresquinha publicada agora no Jornal Diário do Vale.

Bom para nossos amigos escritores do Sul Fluminense!!




Barra Mansa terá editora de alcance nacional

Matéria publicada em 20 de março de 2016, 09:00 horas


Empresário que iniciou carreira com o escritor Paulo Coelho e ficou conhecido por biografia de ‘globais’ investe no Sul Fluminense

 Com o mago: Paulo Coelho (ao centro, de cavanhaque) foi o primeiro patrão de Artur Rodrigues (à direita, de óculos e barba) (Fotos: Arquivo pessoal de Artur Rodrigues)

Com o mago: Paulo Coelho (ao centro, de cavanhaque) foi o primeiro patrão de Artur Rodrigues (à direita, de óculos e barba) (Fotos: Arquivo pessoal de Artur Rodrigues)
O escritor e editor Artur Rodrigues, sócio proprietário da Editora Litteris, está se preparando para fazer de Barra Mansa um posto avançado de sua empresa. “Apaixonado pela cidade”, como ele mesmo se define, Artur vai aproveitar as facilidades trazidas pela tecnologia para passar mais tempo no Sul Fluminense. Ele traz na bagagem vários projetos culturais inovadores e também o “faro” de editor, abrindo mais oportunidades de publicação para os autores locais. Em entrevista exclusiva ao DIÁRIO DO VALE, o editor falou de sua trajetória, da Litteris e de seus planos para Barra Mansa.
DIÁRIO DO VALE – Conte um pouco de sua trajetória pessoal.
Artur Rodrigues – Eu não nasci em Barra Mansa, sou do subúrbio do Rio de Janeiro, do Lins, e morei por muito tempo na Tijuca. Em Barra Mansa já moravam meus tios e primos e eu sempre vinha passar finais de semana, festas e férias na cidade, junto com meus pais. Desde que me conheço como gente, venho a esta cidade pela qual sou apaixonado, a ponto de me dividir entre o Rio e ela semanalmente. Já morei por algum tempo na Estamparia e hoje moro na Vila Orlandélia.
A literatura entrou em minha vida em 1983, quando coloquei um anúncio no jornal procurando emprego como datilógrafo (lá sem vão 33 anos) e quem me chamou para uma entrevista foi nada mais nada menos que o mais conhecido escritor do planeta, Paulo Coelho.
Trabalhei com ele durante dois anos como office-boy, auxiliar de escritório, motorista e por fim editor assistente da sua editora Shogun Arte. Foi uma aula de vida e me fez conhecer muito de perto o compositor, que ao lado de Raul Seixas deixou uma grande marca na nossa música. Saí da editora e fui trabalhar produzindo shows. Assim foi com a cantora Neusinha Brizola, filha do ex-governador Leonel Brizola, também o cantor Kiko Lattanzy, o grupo Ciclone, entre outros.

DV – Qual é a trajetória da Litteris? Quais são os objetivos no curto e médio prazos?
AR – Em 1988 surgiu a oportunidade de abrir a Litteris Editora, mas apenas com o objetivo de publicar meus livros. A coisa cresceu de tal maneira que passei a publicar outros escritores, e, hoje, já estamos próximos de 5 mil autores editados e cerca de 4 mil títulos ( a Litteris publica diversos títulos com múltiplos autores). São 28 anos que se completam nos próximos dias, anos de muito trabalho e a feliz marca de ter sido um dos únicos editores a fazer parte de todas as Bienais do Livro do Rio de Janeiro, desde a primeira em 1983, no Copacabana Palace e por ter recebido em 2005 do Jornal Vossa Senhoria, que é o menor jornal do mundo, segundo o Guinness Book, o prêmio de Editor do Ano.
No meu primeiro livro, “O que me Veio à Mente”, tive o orgulho de ter como produtor na época meu patrão e hoje meu querido amigo Paulo Coelho. Esse título ainda foi publicado pela Shogun Arte: os outros sete foram pela Litteris, já a partir de 1990.
Hoje, a Litteris tem um cast de autores do qual muito me orgulho, como: Vera Fischer, Carlos Vereza, Paulo Sergio Valle, Antônio Calloni, Lady Francisco, Bemvindo Sequeira, Claudio Cavalcanti, Débora Duarte, Tamara Taxman, Lupe Gigliotti, Ednei Giovenazzi, Van Furlanetti e mais algumas dezenas de outros nomes da nossa arte.
Agora, quem chega para se somar a este grupo é a atriz e humorista Berta Loran, com seus 90 anos. O livro será lançando em uma grande festa no dia 23 desse mês, no teatro Oi Casa Grande, no Leblon, no Rio.
Será a celebração dos 90 anos da atriz ao lado de nomes como Jô Soares, Ary Fontoura, Boni, Claudia Raia, Edson Celulari, Arlete Salles e mais cem outros, e é quando a Litteris também irá comemorar seus 28 anos de vida na literatura brasileira e em países como Portugal, França, Alemanha, EUA, Japão entre outros.
Não posso esquecer que Barra Mansa e Volta Redonda também têm seu lugar muito especial na Litteris com autores como: Vera Marins, Sonia Camatta, Neusa Cançado, Evandro Sarmento, Regina Helena Portugal, Félix Diniz, Marcos Machado, os irmãos Sérgio Luis Machado e Ana Carolina Machado, entre outros.
É importante que fique registrado o carinho e respeito que tenho pelos novos autores, muitos ainda no anonimato, buscando seu lugar ao sol, eles também fizeram a Litteris chegar até aqui.

DV – Fale sobre seus projetos culturais para a região.
AR – Nos últimos dois anos, achei que era hora de trazer um pouco da minha vivência tanto na área de Cultura como em Marketing, uma vez que me formei nessa área, para Barra Mansa, assim fui convidado a fazer parte do Grebal, Grêmio Barramansense de Letras, entidade da qual tenho enorme orgulho. Com isso, totalmente inserido na Cultura da cidade, passei a colocar meus projetos na rua e que obtiveram muito sucesso.
O primeiro foi o Livro Livre, que teve a valiosa parceria da CDL – Jovem (Câmara de Dirigentes Lojistas), onde ao longo de um ano colocaremos na rua 5 mil livros totalmente gratuitos. As pessoas irão achar estes livros nos bancos das praças, nos ônibus, em vários locais. A ideia é que levem, leiam e depois libertem novamente estes livros na rua para que outras  pessoas possam achar e fazer o mesmo. Até agora já distribuímos cerca de 2 mil livros desde o lançamento do projeto em outubro de 2015.
Fiz a entrega em 2015 e agora em 2016 de livros para todas as mulheres que fizeram a corrida e a caminhada pelo Dia Internacional da Mulher. Foram mais de 2 mil livros entregues.
Também produzi uma campanha de doação de sangue no hemonúcleo, com a doação de livros, além de um trabalho chamando atenção para a importância da leitura, realizado nas escolas da rede pública, entre outros locais.
Participei em 2015 como jurado do Carnaval, um convite carinhoso da Liga das Entidades Carnavalescas de Barra Mansa, algo que até alguns jornais do Rio noticiaram.
Também fiz a festa de Natal como Papai Noel em alguns bairros da cidade e por fim fechando o ano ainda como Papai Noel, entregando os prêmios do Natal dos Sonhos, promovido pela CDL, pela prefeitura e outras entidades. Foi muito bom ter vivido essa personagem, ser o Bom Velhinho e ver o sorriso de crianças e adultos, quando eu  passava acenando.
Ainda tem o projeto de edição do livro a ser escrito por mim sobre a história da Orquestra Sinfônica de Barra Mansa, indiscutivelmente uma das melhores do nosso país.
Mas tudo isso é a ponta do iceberg, na verdade tenho muitos projetos a serem colocados ao longo de 2016, quero criar um intercâmbio entre a Cultura de Barra Mansa e a do Rio, trazendo artistas para se apresentarem aqui, se possível gratuitamente, promover bate papos a céu aberto entre o povo esses nomes da nossa arte. Assim, certamente eu conseguirei levar a Cultura de forma abrangente para a rua, para o povo.
Outro sonho é o de fazer um grande festival de música Gospel e também um concurso de pintura de quadros ao ar livre.
O que não falta em Barra Mansa são artistas, já contei pelo menos cem nomes que podem representar a cidade com enorme qualidade. Hoje, dou apoio a Cia Calegari de Teatro pelo bonito trabalho que faz com cerca de trinta jovens na Sala Lourdinha Chiesse, no Parque da Cidade. Minha ideia é abrir este apoio também para outros grupos seja de teatro, música, artes plásticas, enfim quero trazer para Barra Mansa todos os meus mais de 30 anos de experiência nessa área, algo tão fundamental em uma sociedade.
Isso está cada dia mais perto de acontecer, pois hoje faço parte do Conselho Municipal de Cultura como Conselheiro da pasta de Literatura. Estamos em franco progresso na elaboração do Projeto de Lei do Plano Municipal de Cultura.

DV – Conte sobre algumas pessoas que você encontrou nessa trajetória.
AR – Gosto muito de estar ao lado das pessoas e não faço distinção entre um autor famoso com os quais convivo diariamente e os novos talentos de Barra Mansa, muito menos o povo, peça primordial nesse processo. Certamente que o convívio como o que tive com Paulo Coelho, com quem trabalhei ainda tão novo e agora com Berta Loran, que encontro aos 90 anos, quando faço 53, é uma honra e certamente a continuidade do meu aprendizado que não termina nunca. É muito bom conviver com meus colegas do Conselho Municipal de Cultura, pessoas de áreas que não tenho tanto conhecimento, principalmente a Popular e Urbana, esta para mim uma das mais interessantes porque nasce verdadeiramente da rua, ela nos abarca com sua grande força.
Sabe, adoraria ver o nosso país com um olhar mais carinhoso para a arte, a exemplo de tantos países da Europa que festeja tudo quando o assunto é Cultura. É um erro pensar que o brasileiro gosta só de samba e cerveja: veja que com dois exemplos mostro que o brasileiro, é sim, um amante da Cultura, da arte em geral: a grande presença diária do público no recém-inaugurado Museu do Amanhã, na Praça Mauá e ainda a exposição das obras de Frida Kahlo, na Caixa Cultural, igualmente concorrida e ambos no Rio.
O que falta muitas vezes é vontade de fazer, acredito que só quem consegue transformar projetos, sobretudo os da minha área, é quem de verdade conhece e ama este universo, aquele que consegue fazer a transição entre o sonho, a ideia bruta e a realidade passando-a para o público para que possa conhecer e aprender. A Cultura não pode ser cíclica, é tem que ser constante, assim como o alimento, ela tem que nos nutrir de informações, ininterruptamente.

Lição de vida: Berta Loran vai lançar livro pela Litteris aos 90 anos
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Com a bela: Artur tem no cast de autores a atriz Vera Fischer
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