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domingo, 6 de novembro de 2016

Um poema surrealista que fiz em 2013!
Bem doido mesmo!



 LIMPADOR DE BONÉS





-- E aí, tudo bem?

-- Tudo bem, você sumiu, hein?

Alguns blá-blá-blás.

-- Você sabe onde tem um limpador de bonés, por aqui?

-- Ah, tem sim, depois da esquina enluarada, um limpador não muito antigo.



-- E ali, tudo mais ou menos?

-- Quase meio, você chutou certo?

Nenhum pestanejares.

-- Você sabe onde tem um limpador de dados redondos?

-- Oh, tem sim, embaixo do prédio que vende saias de botijões.



-- E acolá, tudo lascado?

-- Nada votado, você urrou, nem aí?

Muitas sensações de orelhas quentes.

-- Você sabe onde tem um limpador de dedais de alfaiate?

-- Eta! Tem sim, em cima da marmoraria que vende cortiça para vice cemitérios.



-- E debaixo do risco no chão, tudo trambique?

-- Posto relax, você jogou no Tamoio, não Zé?

Eteceteras, sussurros.

-- Você sabe onde tem um limpador de ontens?

-- Eca! Tem sim, no meio da meleca a direita da promessa mentida, não a metida.



Tudo tem informação!

Tudo tem comunicação!

Encontra-se rápido: 

Vassouras emancipadas, tesouras nobres, perucas aliciadas, caretas musicais, manetes

roteirizadas.

Enfim, neste pasto aglomerado, o esmero da boca vence o encontro improvável do amor

e de Roma.

-- Oh, não esquece do chá de romã!

Falou, por penúltimo, como um ministro enjoado do Dia do Patriota, o limpador de

bostas de Boston.

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